Sobre mim

sexta-feira, 15 de abril de 2011

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Senti as ondas do mar percorrerem o meu corpo. Mergulhavam nele numa entrega quase perfeita, num momento quase sereno. E nesse quase, esse quase que não me deixava ser por inteiro, residiam sozinhas todas as memórias, tudo aquilo que havia ficado por dizer e não dissémos; tudo o que prometemos e não cumprimos; tudo o que falámos mas não dissémos; tudo o que quisémos e não tivemos.
Nesse instante, em que as ondas se reduziam á magnitude de toda a saudade que me invadia, senti-me presa a cada frase, a cada letra, a cada simples passo do nosso quotidiano. Juntos, num dia-a-dia que era intocável; onde dormiamos sob as estrelas numa serenidade quase inperceptivel, onde o som da areia levitando na brisa corroía os meus ouvidos, ao mesmo tempo que me sussuravas mais uma de tantas promessas que esquecemos. Ou, esqueceste.
Porque, de um modo algo incontrolável, nunca a tua imagem ficou tão fixada em cada parte do meu cérebro, mas, acima de tudo e qualquer coisa, do meu coração. Nunca, mas nunca, relembrei tanto o teu perfume como hoje, e nunca, mas nunca, tive tanta certeza de que já não te amava.
Por isso, esqueci-te.

2 comentários:

  1. Gostei bastante *.*
    Por vezes a distância de alguém faz-nos esquecer essa pessoa, e outras vezes queremos esquecê-la e não conseguimos :S
    Tiveste sorte em esquecer :)

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  2. mesmo ,muita sorte ,mas também demorou o seu tempo :')

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